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Corrida pelo Engajamento ou Essência do Conteúdo? Um Caminho a Ser Redescoberto

  • Foto do escritor: calango xucro
    calango xucro
  • 26 de set. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de out. de 2024

Vivemos em uma era em que a criação de conteúdo é rápida e acessível. Plataformas digitais oferecem ferramentas poderosas que permitem a qualquer pessoa produzir e compartilhar suas ideias, seja em vídeos, imagens ou textos. No entanto, essa facilidade de produção nos levou a uma corrida desenfreada por engajamento, onde "mais" se tornou sinônimo de "melhor". Mas será que é assim que deveríamos pensar a comunicação na era digital?


Walter Benjamin, em seu ensaio A Era da Reprodutibilidade Técnica, já refletia sobre os efeitos de novas tecnologias de reprodução em massa. Ele observava como as obras de arte, ao serem reproduzidas em larga escala, perdiam sua "aura" — aquela essência única que antes era indissociável da experiência com o original. No universo atual dos criadores de conteúdo, podemos observar um fenômeno semelhante. A multiplicidade de posts, vídeos e imagens muitas vezes se sobrepõe à profundidade e à reflexão, tornando o conteúdo raso e genérico.


Tomate e lata de extrato de tomate.
Orgânico e Produzido em série: qual você gosta mais?

Em outro ensaio, Ninfas e Arranha-céus, Benjamin sugere que, quando surgem novas tecnologias, as pessoas ficam inicialmente desorientadas. Elas precisam de tempo para descobrir como utilizar essas inovações de maneira significativa. Hoje, com a abundância de ferramentas digitais, é fácil cair na armadilha de produzir conteúdos apenas para alimentar a máquina do engajamento.


No entanto, se dermos um passo atrás e refletirmos sobre o que estamos criando, podemos reencontrar o propósito perdido. A escola Bauhaus, com seu lema "menos é mais", nos oferece um caminho para fugir dessa lógica da quantidade. Priorizar a qualidade sobre a quantidade é uma maneira de combater o excesso. Em vez de produzir em massa, o criador pode focar na criação de peças que ressoem verdadeiramente com seu público, que tragam algo novo, significativo e valioso.


Então, como criadores de conteúdo, o que podemos fazer para criar uma interação mais saudável e autêntica com os seguidores? Primeiro, é necessário revisitar a intenção por trás do que criamos. Precisamos perguntar: este conteúdo é realmente relevante? Ele provoca reflexão ou simplesmente existe para manter a atenção momentânea? Segundo, podemos adotar um ritmo mais sustentável de produção, investindo tempo em pesquisa, planejamento e execução. Isso garante que cada peça criada tenha um impacto real, em vez de se perder na avalanche de informações amontoadas.


Por fim, a conexão com o público deve ser baseada na troca autêntica. Em vez de correr atrás de números, podemos fomentar um diálogo que enriqueça tanto os criadores quanto os consumidores de conteúdo. Neste novo panorama digital, redescobrir a essência do conteúdo é o primeiro passo para escapar da armadilha do excesso e criar uma presença verdadeiramente saudável, que agregue valor — tanto para nós, criadores, quanto para aqueles que nos acompanham.


Esse texto conecta os pensamentos de Walter Benjamin (Teórico do campo Cultural) com as reflexões sobre a produção de conteúdo na era digital e propõe soluções práticas para uma interação mais autêntica e de qualidade. O que acha dessa abordagem?

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